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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Forma de correção do FGTS gera perda de 34% para trabalhador em oito anos

Perda chegou a cerca de R$ 5.000 para quem tinha R$ 10 mil no fundo desde 2002

     Os trabalhadores brasileiros perderam 34,4% do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), no valor de R$ 65,2 bilhões, entre dezembro de 2002 e junho de 2010, com a mudança no cálculo do rendimento do fundo, segundo análise realizada pelo instituto FGTS Fácil.
     Isso acontece porque a correção do fundo é baseada na TR (Taxa Referencial), usada também para corrigir a poupança, que não leva em conta a inflação do período, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Além da TR, o governo utiliza juros fixos em 3% ao ano, enquanto a inflação medida neste ano já chega a 5,22%.
     Para se ter uma ideia, a TR de maio deste ano ficou em 0,051%, bem abaixo da inflação de 0,43% medida pelo IPCA no mês. Essa diferença entre os valores é que acaba sendo repassada ao trabalhador, que tem o rendimento do fundo calculado por um valor abaixo do mercado.
     Segundo cálculo feito pelo instituto FGTS Fácil, um trabalhador que tinha R$ 10 mil depositados no fundo em dezembro de 2002 contava, em 10 de junho deste ano, com R$ 14.560,36. No entanto, se o saldo fosse corrigido pela inflação, medida pelo IPCA, o dinheiro tinha crescido para R$ 19.582,83.
     A perda de R$ 5.022,47 pode ser devolvida ao trabalhador, desde que ele entre na Justiça e peça a correção de acordo com a inflação, segundo Mário Avelino, presidente do instituto.
     - Ainda não há muitas ações na Justiça, por falta de conhecimento do trabalhador. No entanto, a exemplo dos planos [econômicos] Bresser, Collor 1 e 2, o brasileiro deve brigar pelos seus direitos, o que no futuro deve reverter em vitórias e na reposição desse dinheiro.
     O uso da TR nos rendimentos da poupança começou em 2002, quando o Banco Central passou a utilizar a taxa em vez da inflação calculada no período. Com isso, quem começou a trabalhar formalmente e a depositar parte do salário no fundo tem direito à correção.
Fonte: R7/CPAD News

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