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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

493 anos da reforma protestante

     Ao longo dos séculos, a forma oficial de vivência da fé cristã fora se desgastando e, em muitas compreensões, afastando-se da novidade original advinda de Jesus de Nazaré. O surgimento de ordens religiosas, que se retiravam a monastérios ou conventos, pode ser compreendido como protesto às práticas vigentes na Igreja. A seu modo, essa retirada buscava o resgate do sentido supremo da pregação e missão cristã. Uma primeira cisão de maior impacto na Igreja veio a surgir por volta de 1059, com a formação da Igreja Católica Ortodoxa, independente do papado romano.


 O núncio Papal Girolamo Aleander e o Imperador Carlos V

     Evidentemente, a Reforma Protestante no século 16 está num contexto histórico de transições tanto na área econômica quanto política. O modo de produção feudal vinha perdendo espaço, e o mercantilismo – posteriormente, capitalismo – se impondo. Politicamente, a influência da Igreja, por meio de bispos e papas principalmente, vinha sendo contestada, ora silenciosamente, ora de forma pública. Também o “mundo das ciências e das artes” estava deixando marcas decisivas.
Príncipe Frederico da Saxônia, Tio de Carlos V e protetor de Lutero

    A confluência de diversos fatores, além do propriamente religioso, foi fundamental para que a Reforma Protestante tivesse êxito. É claro que a nova pregação de salvação “somente pela fé, pela graça de Deus, pela Escritura Sagrada e por Cristo” inaugurou um modelo relacional que se contrapunha ferozmente à prática eclesial existente.
     No contexto brasileiro, nas últimas décadas e nos tempos atuais, também tem sido vivenciada uma reforma da religiosidade cristã sem igual. Independentemente de mérito valorativo, a proliferação de “igrejas-empresas-de-fé-e-de-cura” tem trazido um questionamento profundo às instituições eclesiais tradicionais. Mais que esperança salvífica, prega-se o alcance de resultados imediatos. O resultado efetivo disso ainda está por vir.
Fonte: Jornal Cristão com Informações ClicRBS

    Nota JNS
     Lutero foi convocado pelo Imperador para ir a Worms e renegar as 95 teses que publicou contra as práticas abusivas e antibíblicas da Igreja Romana.
     "A menos que me convençam mediante o testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão, porque não acredito em Papas nem em Concílios, já que está provado que por tantas vezes se contradisseram, pelos textos da Sagrada Escritura que já citei. Minha consciência permanece cativa à Palavra de Deus - renegar, eu não posso!
Por isto, não posso nem quero renegar nada, porque ir contra a própria consciência não é seguro nem saudável."
     E assim, o imperador Carlos V da Alemanha, se retirou irado e envergonhado diante do clero e da nobreza alemã. Um mês depois redigiu e mandou publicar o Édito de Worms, em 25 de maio de 1571, declarando Martinho Lutero fugitivo e herege, banindo suas obras da Alemanha. O estopim da Reforma estava armado. É a História.
Aguinaldo Lopes

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